Announcing: BahaiPrayers.net


More Books by Compilações

A Assembléia Epiritual Nacional - The National Spiritual Assembly
A Assembléia Espiritual Local - The Local Spiritual Assembly
A Fonte de Todo Bem - The Source of All Good
A Importância da Oração e da Meditação
A Importância da Oração Obrigatória e do Jejum
A Importância das artes na promoção da Fé
A Instituição dos Conselheiros
A Lampada que Guia - Bahá'í Consultation
A Questão mais desafiadora
Aquisição de Sabedoria
Arte e Assuntos Correlatos
Assembléia Espiritual Local - Suplemento
Captando a Centelha da Fé - The Importance of Mass Teaching
Casamento Bahá'í
Conservação dos Recursos da Terra - Conservation of the Earth's Resources
Contribuição aos Fundos
Crise e Vitória
Desencorajando o Divórcio
Educação Bahai - Uma Compilação
Em busca da Luz do Reino - Excellence in all Things
Fidedignidade
Funeral Bahá'í
Huqúqu'lláh - O Direito de Deus
Juventude
Liberando o Poder da Ação Individual - Unlocking The Power of Action
Mulher
No Limiar da Paz - At the Dawn of Peace
O Aprofundamento, o Conhecimento e a Compreensão da Fé
O Convênio
O Indivíduo e o Ensino - Raising the Divine Call
Oposição da Fé
OraçSes Bahá'ís
Padrão de Vida Bahá'í
Por amor à Causa - Pionneiring
Preservando casamentos Bahá'ís
Revelação Bahá'í, A
Sabeísmo
Saúde, Higiene e Cura
Uma Conquista Especial - Proeminent People
Uma Nova Raça de Homens - A New Race of Men
Uma onda de ternura - Family Life
Uma Vida Casta e Santa
Viver a vida - Living the Life
Free Interfaith Software

Web - Windows - iPhone








Compilações : A Importância das artes na promoção da Fé
A Importância das Artes na Promoção da Fé

Tradução Ruhíyyieh Jorgic e Maria Trude Alves (salvo os trechos publicados anteriormente)

Apresentação

A mensagem do Ridvan de 1996 da Casa Universal de Justiça aos bahá’ís do mundo chamou a atenção para a importância das artes, principalmente as artes gráficas e cênicas e a literatura na proclamação, expansão e consolidação da Fé Bahá’í. A presente compilação tem por objetivo estender-se sobre este conceito. Embora existam muitas referências sobre “as artes” nas traduções para o inglês dos Escritos de Bahá’u’lláh e de ‘Abdu’l-Bahá, em muitas dessas passagens o surgimento do termo “artes” pode ser mal interpretado porque o significado da palavra original freqüentemente abrange uma ampla gama de atividades, tais como atividades industriais e ofícios. Os extratos nesta compilação foram escolhidos porque enfocam principalmente as artes gráficas e cênicas e a literatura.

Dos Escritos de Bahá’u’lláh

O Sol da verdade é a Palavra de Deus, da qual depende a educação daqueles que estão imbuídos com o poder da compreensão e da expressão. Ela é o verdadeiro espírito e a água celestial através de cujo auxílio e graciosa providência todas as coisas têm sido e serão vivificadas. Sua aparição em cada espelho está condicionada à cor desse espelho. Por exemplo, quando sua luz incide sobre os espelhos dos corações dos sábios, ela gera sabedoria. Da mesma forma, quando ela se manifesta nos espelhos dos corações dos artesãos, desdobrando-se em novas e únicas artes, e quando refletida nos corações daqueles que apreendem a verdade, revela maravilhosas evidências do verdadeiro conhecimento e desvenda as verdades das emanações de Deus. [1]

(Traduzido do persa para o inglês)

Nós vos tornamos lícito ouvir música e canto. Atentai, porém, para que isso não vos leve a violar os limites do decoro e da dignidade. Seja vossa alegria a alegria que nasce de Meu Nome Supremo, Nome que enleva o coração e extasia as mentes de todos que de Deus se aproximaram. Nós, em verdade, fizemos da música uma escada para as vossas almas, um instrumento pelo qual se possam elevar ao reino nas alturas; não a empregueis, portanto, como as asas para o ego e a paixão. Nós, verdadeiramente, não vos queremos contemplar entre os néscios. [2]

(O Kitáb-i-Aqdas, O Livro Sacratíssimo)

Os que recitam os versículos do Todo-Misericordioso com a mais melodiosa entoação, descobrirão neles aquilo com o qual o domínio sobre a terra e o céu jamais se poderá comparar. Inalarão nestes versículos a fragrância divina de Meus mundos – mundos que hoje ninguém pode discernir, salvo os que foram dotados de visão por esta Revelação sublime e formosa. Dize: Estes versículos atraem os corações puros aos mundos espirituais que nem as palavras podem descrever nem as alusões insinuar. Bem-aventurado os que refletem. [3]

(O Kitáb-i-Aqdas, O Livro Sacratíssimo)

Cada palavra que procede dos lábios de Deus é dotada de tal potência que pode instilar nova vida em todo corpo humano – se sois dos que compreendem esta verdade. Todas as maravilhosas obras que vedes neste mundo foram manifestadas mediante a operação de Sua suprema e excelsa Vontade, Seu Desígnio maravilhoso e inflexível. Com a simples revelação da palavra “Formador” efluindo de Seus lábios e proclamando Seu atributo ao gênero humano, tal força emana, que pode gerar, através de sucessivas eras, todas as múltiplas artes que as mãos do homem, podem produzir. Isto, deveras, é uma verdade certa. Mal se pronuncia esta palavra resplandecente, quando suas energias animadoras, agitando.se dentro de todas as coisas criadas, dão origem aos meios e instrumentos, pelos quais essas artes podem ser produzidas e aperfeiçoadas. Todas as admiráveis realizações que ora testemunhais são as conseqüências diretas da Revelação deste Nome. [4]

(Seleção dos Escritos de Bahá’ú’lláh)

A alma que tiver permanecido fiel à Causa de Deus e se mantido inabalavelmente firme em Seu Caminho, haverá de possuir, após sua ascensão, tal poder que todos os mundos que o Onipotente criou podem ser beneficiados por seu intermédio. Esta alma, a mando do Rei Ideal e do Educador Divino, provê o lêvedo puro para fermentar o mundo dos seres, e fornece o poder através do qual as artes e maravilhas do mundo se tornam manifestas. [5]

(Seleção dos Escritos de Bahá’ú’lláh)

Cada palavra de tua poesia assemelha-se, realmente, a um espelho no qual se refletem as evidências da devoção e do amor que tu nutres por Deus e por Seus eleitos. Feliz és tu que sorveste do vinho seleto das palavras e tiveste teu quinhão da corrente suave do verdadeiro conhecimento. Bem-aventurado é aquele que bebeu até se saciar e a Ele atingiu, e que sejam infelizes os desatentos. Sua leitura provou ser altamente compreensiva, pois indicou tanto a luz da reunião como o fogo da separação. [6]

(Epístolas de Bahá’ú’lláh)
Dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá

Ó músico de Deus!... Os cantores da camaradagem que habitam nos jardins da santidade devem emanar uma tão triunfante eclosão de canções nesta era, que os pássaros nos campos possam alçar seus vôos transportados em deleite, e, neste festival divino, neste banquete celestial, devem tocar harpa e alaúde e viola e lira com tal competência que os povos do leste e do oeste possam sentir-se plenos de extremo júbilo e contentamento e ser arrebatados por exultação e felicidade. Agora incumbe a ti elevar a melodia dessa lira sublime e executar música nesse alaúde celestial, fazendo assim com que Barbúd1 retorne à vida e Rudák2 seja consolado e Farabí3 se torne incansável e Ibn-i-Sina4 seja guiado ao Sinai de Deus. Sobre ti estejam saudações e louvor. [7]

(Traduzido do persa para o inglês.)

1 – Inigualável músico persa, cantor, instrumentista e inventor de muitos instrumentos musicais antigos, que viveu na corte de Khosrow-Parviz da Dinastia Sasani, ao redor de 600 A.D.

2 – Pai da poesia persa, aproximadamente 940 A.D.

3 – Famoso erudito muçulmano, autor de um tratado sobre música, 870-950 A.D.

4 – Médico, cientista e filósofo, conhecido no ocidente como Avicenna, que dedicou, num de seus trabalhos mais importantes, uma seção à teoria de música, 980-1027 A.D.

Eu espero, sinceramente, que vós memorizeis todos os poemas persas revelados pela Abençoada Beleza e que os canteis com uma voz de incomparável doçura nas reuniões e encontros bahá’ís. Não está longe o dia em que estes poemas serão apresentados à música ocidental e os doces acordes destas melodias alcançarão o Reino de Abhá com efusivo júbilo e alegria. [8]

(Traduzido do persa para o inglês.)

A arte da música deve ser conduzida ao mais alto estágio de desenvolvimento, já que ela é uma das expressões artísticas mais maravilhosas e nesta era gloriosa do Senhor da Unidade é altamente essencial obter seu domínio. Portanto, deve-se esforçar por alcançar o grau de perfeição artística e não ser como aqueles que deixam os assuntos inacabados. [9]

(Traduzido do persa para o inglês.)

Ó rouxinol do jardim de rosas de Deus! Entoar melodias trará ânimo e felicidade ao mundo da humanidade, os ouvintes ficarão encantados e jubilosos e suas emoções mais profundas, tocadas. Mas, esta alegria, este sentimento de emoção é efêmero e será esquecido num átimo. Todavia, louvado seja Deus, tu harmonizaste teus acordes com as melodias do Reino, e assim trarás consolo ao mundo do espírito e estimularás eternos sentimentos espirituais. Isto permanecerá para sempre e resistirá à revolução das eras e séculos. [10]

(Traduzido do persa para o inglês.)

Ó servo de Bahá! A música é considerada uma ciência valiosa no Limiar do Todo-Poderoso, para que possas entoar versos na mais maravilhosa melodia em grandes encontros e congregações e elevar hinos de louvor no Mashriqu’l-Adhkár para arrebatar a Assembléia no Alto. Em virtude disto, considera quão admirada e louvada é a arte da música. Tenta, caso possas, usar melodias espirituais, canções e cantigas e harmonizar a música do mundo com a melodia celestial. Então, tu notarás quão grande influência a música tem e que alegria e vida celestiais ela confere. Toca, pois, melodias e cantigas tais que façam com que os rouxinóis do mistério divino sintam-se plenos de alegria e êxtase. [11]

(Traduzido do persa para o inglês.)

Apraz-me saber que te esforças ao máximo em tua arte, pois nesta maravilhosa nova era, arte é adoração. Quanto mais te esforçares para aperfeiçoá-la, mais te aproximarás de Deus. Qual dádiva maior do que esta poderia haver, que a arte de uma pessoa seja igual ao ato de adoração ao Senhor? Isto significa que, quando teus dedos dominam o pincel, é como se tu estivesses a orar no Templo. [12]

(Traduzido do persa para o inglês.)

Entre os maiores de todos os grandes serviços está a educação das crianças, a promoção das várias ciências, oficios e artes. Louvado seja Deus; estais agora realizando vigorosos esforços para este fim. Quanto mais perseverardes nesta tarefa de maior importância, mais testemunhareis as confirmações de Deus, a tal ponto que vós próprios ficareis atônitos. [13]

(Traduzido do persa para o inglês.)

Ó ave que suavemente canta da Beleza de Abha! Nesta nova e maravilhosa dispensação os véus da superstição foram rompidos e os preconceitos dos povos orientais são censurados. Entre certas nações do Oriente, a música era considerada condenável, mas nesta nova era a Luz Manifesta proclamou especificamente em Suas sagradas Epístolas que a música, seja cantada, seja tocada, é alimento espiritual para a alma e o coração.

A arte musical está entre as artes dignas do mais alto louvor, e comove o coração de todos os que sofrem. Assim, pois, ó Shahnáz5, toca e canta as sagradas palavras de Deus, em tons maravilhosos, nas reuniões dos amigos, para que o ouvinte possa ser libertado dos grilhões da preocupação e da tristeza, e sua alma vibre de júbilo e se humilhe em oração ao reino da Glória. [14]

(Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá)

* Shahnáz, nome dado a quem recebeu esta Epístola, é também o nome de uma forma musical.

Portanto, ó bem-amados de Deus! Envidai vigoroso esforço até que vós próprios simbolizeis esse progresso e todas essas confirmações, e vos torneis centros focais das bênçãos de Deus, auroras da luz de Sua unidade, promotores das dádivas e graças da vida civilizada. Sede nessa terra as vanguardas das perfeições da humanidade; levai avante os vários ramos do conhecimento; sede ativos e progressistas no campo das invenções e das artes. Esforçai-vos por retificar a conduta dos homens, e procurai exceder o mundo inteiro quanto à virtude do caráter. Enquanto as crianças estão ainda na infância, alimentai-as no seio da graça celestial, nutri-as no berço de toda excelência, criai-as nos braços da bondade. Proporcionai-lhes a vantagem de toda a espécie de conhecimento útil. Deixai-as partilhar de cada um dos novos, admiráveis e maravilhosos ofícios e artes. [15]

(Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá)

Ó vós, agraciados pelos favores de Deus! Nesta nova e admirável Era, o fundamento inabalável é o ensino das ciências e artes. Segundo os explícitos Textos Sagrados, a cada criança devem ser ensinadas as artes e os ofícios, no grau que for necessário. Assim, pois, em cada cidade ou aldeia, devem ser estabelecidas escolas, e todas as crianças nessas cidades e aldeias devem envolver-se no estudo até o grau necessário. [16]

(Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá)

Ó filho do Reino! Todas as coisas são benéficas se conjugadas ao amor de Deus; e sem Seu amor tudo é danoso, e atua como um véu entre o homem e o Senhor Reino. Quando Seu amor está presente, toda amargura torna-se doce, e cada dádiva proporciona um prazer salutífero. Por exemplo, uma melodia doce aos ouvidos traz o próprio espírito da vida ao coração impregnado de amor a Deus e, todavia, macula com lascívia a alma absorvida em desejos sensuais. [17]

(Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá)

Ó pássaro de agradáveis sons! Teu pequeno livro de poemas, os quais são muito doces, foi lido. Foi uma fonte de contentamento, pois é um cântico espiritual e uma melodia de amor a Deus.

Continue, tanto quanto puderes, com esta melodia nas reuniões do Bem-Amado; para que assim as mentes possam encontrar repouso e júbilo e sintonizar-se com o amor de Deus. Quando a eloquência da expressão, a beleza do sentido e a doçura da composição são unidas a novas melodias, o efeito é sempre grande, principalmente se for o cântico dos versos da unicidade e as canções de louvor ao Senhor de Glória.

Empenha-te ao máximo para compor belos poemas a serem entoados com música celestial; para que assim sua beleza possa afetar as mentes e comover os corações daqueles que as ouvem. [18]

(Tablets of ‘Abdu’l-Bahá)

Ó honorável pessoa! Agradece a Deus por seres instruído na música e na melodia, cantando com voz agradável a glorificação e louvor ao Eterno, o Vivente. Rogo a Deus que tu possas empregar este talento na oração e súplica, a fim de que as almas possam tornar-se vivificadas, os corações possam tornar-se atraídos e tudo possa tornar-se inflamado com o fogo do amor de Deus! [19]

(Tablets of ‘Abdu’l-Bahá)

A primeira condição da inteligência no mundo da natureza é a percepção da alma racional. Todos os homens são dotados desta inteligência, sejam crentes ou descrentes, vigilantes ou descuidados.

Essa alma racional humana é criação de Deus; encerra e ultrapassa as outras criaturas; é a mais elevada, sobressai mais, e abarca todas as coisas. O poder da alma racional descobre a realidade das coisas, compreende as peculiaridades dos seres, penetra os mistérios da existência. Todos os conhecimentos – as artes e ciências – todas as maravilhas, instituições, descobertas e empreendimentos são devidos ao exercício da inteligência da alma racional. [20]

(Respostas a Algumas Perguntas)
Das Palestras de ‘Abdu’l-Bahá

Quão maravilhosa é esta reunião! Estas são as crianças do Reino. A canção que acabamos de ouvir foi linda na melodia e nas palavras. A arte da música é divina e efetiva. É o alimento da alma e do espírito. Através do poder e encanto da música o espírito do homem é elevado. Possui maravilhosa ascendência e efeito nos corações das crianças, porque seus corações são puros e melodias têm grande influência sobre eles. Os talentos latentes com os quais os corações destas crianças estão imbuídos encontrarão expressão por meio da música. Portanto, deveis vos empenhar para torná-las proficientes; ensinai-as a cantar com excelência e efeito. Incumbe a cada criança saber alguma coisa sobre música, pois, sem o conhecimento desta arte, as melodias dos instrumentos e da voz não podem ser adequadamente apreciadas. Da mesma forma, é necessário que as escolas as ensinem a fim de que as almas e os corações dos alunos tornem-se vivificados e revigorados e suas vidas sejam iluminadas por contentamento. [21]

(The Promulgation of Universal Peace)

Um ator mencionou a representação e sua influência. “A arte de representar é da máxima importância”, disse ‘Abdu’l-Bahá. “Ela foi um grande poder educacional no passado; e o será novamente.” Ele descreveu como um jovem assistiu à peça de mistério sobre a Traição e Paixão de ‘Alí, e como isto o afetou tão profundamente que ele chorou e não conseguiu dormir por várias noites. [22]

(‘Abdu’l-Bahá in London)

‘Abdu’l-Bahá disse...: “Toda Arte é uma dádiva do Espírito Santo. Quando esta luz brilha através da mente de um músico, manifesta-se em belas harmonias. Da mesma forma, brilhando através da mente de um poeta, é vista em refinada poesia e prosa poética. Quando a Luz do Sol da Verdade inspira a mente de um pintor, ele produz quadros maravilhosos. Estas dádivas estão cumprindo seu mais elevado propósito quando expressam louvor a Deus.” [23]

(The Chosen Highway)

É natural para o coração e espírito obter prazer e contentamento em todas as coisas que apresentam simetria, harmonia e perfeição. Por exemplo: uma casa bonita, um jardim bem projetado, uma linha simétrica, um movimento gracioso, um livro bem escrito, vestes bonitas – de fato, todas as coisas que possuem graça ou beleza em si mesmas são agradáveis ao coração e ao espírito – portanto, é muitíssimo certo que uma verdadeira voz cause profunda satisfação. [24]

(Palavras de ‘Abdu’l-Bahá à Sra. Mary L. Lucas)
Dos Escritos de Shoghi Effendi

Tal vida casta e santa, implicando modéstia, pureza, temperança, decoro e uma mente sadia, exige nada menos que o exercício de moderação em tudo o que diz respeito ao vestuário, à linguagem, aos divertimentos e a todas as atividades artísticas e literárias. Requer uma vigilância diária no controle dos desejos carnais e das inclinações corruptas. Não admite conduta frívola, com seu excessivo apego a prazeres triviais e, muitas vezes, mal orientados. Exige abstenção total de bebidas alcoólicas, do ópio e de outras drogas semelhantes, formadoras do vício. Condena a prostituição da arte e da literatura6, a prática do nudismo e da cohabitação, a infidelidade nas relações maritais e toda espécie de promiscuidade, de excessiva liberdade e de vício sexual. Não pode tolerar nenhuma complacência para com as teorias, os padrões, os hábitos e excessos de uma era decadente. Não, antes, procura demonstrar, pela força dinâmica de seu exemplo, o caráter pernicioso de tais teorias, a falsidade de tais padrões, a vacuidade dessas pretensões, a perversidade desses hábitos e o caráter sacrílego desses excessos. [25]

(O Advento da Justiça Divina)

* A Casa Universal de Justiça, em carta datada de 15 de março de 1972, em seu nome, elucidou esta frase do Guardião da seguinte maneira: “Referente a sua pergunta sobre ‘a prostituição das artes e literatura’, isto é o que entendemos – usar a arte e a literatura para fins degradantes.”

De Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi

Shoghi Effendi deseja que eu acuse o recebimento de sua carta datada de 27 de outubro de 1931, tendo como anexo a música de “The Lonely Stranger”, enviadas através de... Ele, sinceramente, espera que à medida que a Causa cresça e pessoas de talento venham sob seu estandarte, elas começarão a produzir, através das artes, o espírito divino que anima suas almas. Cada religião tem trazido consigo alguma forma de arte – vejamos as maravilhas que esta Causa está trazendo. Tão glorioso espírito deve também dar vazão a uma gloriosa arte. O Templo com toda sua beleza é apenas o primeiro raio de uma alvorada que se inicia; coisas ainda mais maravilhosas serão alcançadas no futuro. [26]

(11 de dezembro, a um indivíduo)

Ele deseja dar início a uma nova seção no The Bahá’í World (O Mundo Bahá’í) inteiramente dedicada a poemas escritos por bahá’ís. Apesar de que possa ser um humilde começo, é um início para futuras grandes realizações. Shoghi Effendi deseja, deste modo, encorajar aqueles que são talentosos a darem expressão ao maravilhoso espírito que os anima. Precisamos de poetas e escritores para a Causa e esta é, indubitavelmente, uma boa maneira de incentivá-los. Alguns dos poemas são escritos por pessoas muito jovens, soam tão verdadeiros e exprimem pensamentos tais que as pessoas devem parar para admirá-los. Na Pérsia, a Causa fez nascer poetas que mesmo os não-bahá’ís consideram como grandes. Temos esperança de que, não longe, esteja o momento em que veremos surgir pessoas semelhantes no Ocidente. [27]

(2 de janeiro de 1932, a um indivíduo)

É certo que, com a propagação do espírito de Bahá’u’lláh, uma nova era alvorecerá na arte e na literatura. Ainda que antes a forma fosse perfeita, carecia, contudo, de espírito; agora, porém, haverá um glorioso espírito incorporado em uma forma imensuravelmente aperfeiçoada pelo gênio vivificado do mundo. [28]

(3 de abril de 1932, a um indivíduo)

Shoghi Effendi deseja que eu informe o recebimento de tua carta datada de 18 de maio de 1932. Ele está muito contente em saber que gostaste de Os Rompedores da Alvorada, pois sua maior recompensa é ver que esta obra, que lhe custou tanto trabalho e ansiedade, está ajudando os amigos a compreenderem melhor e mais completamente o espírito que anima o Movimento e a vida exemplar das almas heróicas que o prenunciaram ao mundo.

O Guardião sinceramente espera que, ao lerem este livro, os amigos serão estimulados a realizarem atividades mais amplas e em um maior grau de sacrifício, de modo que alcançarão uma realização mais profunda desta Causa cuja propagação e vitória final estão confiadas aos seus cuidados. Como alguns daqueles que leram o livro observaram, pessoa alguma pode familiarizar-se com aquelas vidas e não ser inspirada a seguir seus caminhos.

É certamente verdadeiro que o espírito daquelas almas heróicas estimularão muitos artistas a produzirem o melhor de si mesmos. São tais vidas que no passado inspiraram poetas e moveram o pincel dos pintores. [29]

(20 de junho de 1932, a um indivíduo)

Shoghi Effendi ficou muito interessado em saber sobre o sucesso da peça Pageant of the Nations que produziste. Ele sinceramente espera que todos aqueles que dela participaram, foram inspirados pelo mesmo espírito que te animou enquanto tu a organizavas.

É através de tais apresentações que podemos despertar o interesse do maior número de pessoas pelo espírito da Causa. Chegará o dia em que a Causa propagar-se-á tão rapidamente como o raio, quando seu espírito e ensinamentos serão apresentados nos palcos ou nas artes, e na literatura como um todo. A arte pode melhor despertar os sentimentos nobres do que o frio racionalismo, principalmente entre as massas.

Temos que esperar apenas alguns anos para ver como o espírito soprado por Bahá’u’lláh encontrará expressão no trabalho dos artistas. O que tu e alguns outros bahá’ís estão tentando são apenas pálidos raios que precedem a luz efulgente de uma manhã gloriosa. Ainda não podemos avaliar o papel que a Causa está destinada a representar na vida da sociedade. Temos que lhe dar tempo. O material que este espírito tem que moldar é por demais rudimentar e sem valor, porém, no final, cederá e a Causa de Bahá’u’lláh revelar-se-á em seu pleno esplendor. [30]

(10 de outubro de 1932, a um indivíduo)

O Guardião valoriza os hinos que tu estás compondo tão lindamente. Eles certamente contêm as realidades da Fé e ajudar-te-ão, certamente, a transmitir a Mensagem aos jovens. É a música que nos ajuda a tocar o espírito humano; é um meio importante que ajuda a comunicarmo-nos com a alma. O Guardião espera que através desta ajuda tu transmitirás a Mensagem às pessoas e atrairás seus corações. [31]

(15 de novembro de 1932, a um indivíduo)

O que Bahá’u’lláh fundamentalmente quis dizer com “ciências que começam e terminam em palavras” são aqueles tratados e comentários teológicos que mais sobrecarregam a mente humana ao invés de ajudá-la a alcançar a verdade. Os estudantes devotariam suas vidas ao seu estudo, porém ainda assim, não chegariam a lugar algum. Bahá’u’lláh, certamente, jamais pretendeu incluir o dom de escrever histórias nesta categoria; e a taquigrafia e datilografia são ambas habilidades muito úteis, muito necessárias em nossa atual vida social e econômica.

O que poderias, e deverias fazer, é usar tuas histórias para que venham a ser uma fonte de inspiração e guia para aqueles que as lêem. Com tal meio à tua disposição, podes difundir o espírito e os ensinamentos da Causa; podes mostrar os males que existem na sociedade, assim como a maneira pela qual podem ser remediados. Caso possuas verdadeiro talento para escrever, deves considerá-lo como concedido por Deus e empregar todo esforço a fim de usá-lo para o engrandecimento da sociedade. [32]

(30 de novembro de 1932, a um indivíduo)

Seu poema dedicado a Nabíl me tocou profundamente... Quaisquer outros poemas provenientes de tua agraciada pena também seriam benvindos, ou episódios contados na imortal narrativa de Nabíl. Tu estás prestando serviços únicos e notáveis à Causa. Sê feliz e persevera em teus elevados empreendimentos. [33]

(6 de agosto de 1933)

Com relação à principal questão que levantaste que diz respeito a cantar hinos nas reuniões bahá’ís, ele deseja que eu te assegure que não vê objeção alguma sobre isto. O elemento da música é, sem dúvida, um importante aspecto de todas as reuniões bahá’ís. O próprio Mestre enfatizou sua importância. Porém, os amigos devem, com relação a esta, assim como em todas as outras coisas, não transpor os limites da moderação, e devem tomar muito cuidado em manter o estrito caráter espiritual de todas as suas reuniões. A música deve conduzir à espiritualidade e, ao proporcioná-la, cria-se uma atmosfera tal que não se lhe pode haver objeção alguma.

Uma distinção de vital importância deve, contudo, ser claramente estabelecida entre cantar hinos compostos pelos crentes e entoar as Sagradas Emanações. [34]

(17 de março de 1935, a um indivíduo)

Quanto à tua pergunta que diz respeito à conveniência em se dramatizar episódios históricos bahá’ís, o Guardião, certamente, aprovaria e até mesmo encorajaria os amigos a engajarem-se em tais atividades literárias as quais sem dúvida podem ser de imenso valor para o ensino. O que ele deseja é que os crentes evitem dramatizar as personagens do Báb, Bahá’u’lláh e ‘Abdu’l-Bahá, o que quer dizer tratá-Los como figuras dramáticas, como personagens que se apresentam no palco. Ele sente que, conforme já salientado, isto seria bastante desrespeitoso. O mero fato de Eles aparecerem em cena constitui um ato de descortesia que não pode, de forma alguma, estar em harmonia com Suas posições altamente sublimes. Sua mensagem, ou verdadeiras palavras deve ser, preferivelmente, relatada ou transmitida por Seus discípulos que aparecem no palco. [35]

(25 de julho de 1936, a um indivíduo)

O Guardião ficou contente também em saber sobre teu profundo interesse pela música e teu desejo de servir a Fé ao longo deste caminho. Apesar de agora ainda ser bem o início da arte bahá’í, os amigos que sentem que possuem esta dádiva devem se esforçar para desenvolver e cultivar seus dons e, através de seus trabalhos, refletir, ainda que inadequadamente, sobre o Espírito Divino que Bahá’u’lláh soprou ao mundo. [36]

(4 de novembro de 1937, a um indivíduo)

...levantaste a questão sobre qual será a fonte de inspiração para os músicos e compositores bahá’ís: a música do passado ou a Palavra Revelada? Não podemos prever, já que estamos no limiar da cultura bahá’í, quais formas e características de artes haverá no futuro, inspiradas por esta Poderosa Nova Revelação. De tudo que podemos ter certeza é que serão maravilhosas; assim como cada Fé deu origem a uma cultura que floresceu em formas diferentes, também de nossa amada Fé pode-se esperar que faça a mesma coisa. É prematuro, no presente, tentar e compreender o que serão. [37]

(23 de dezembro de 1942, a um indivíduo)

Música, como uma das artes, é um desenvolvimento cultural natural, e o Guardião não sente que deve haver qualquer dedicação a mais à “Música Bahá’í” do que aquela que estamos tentando desenvolver para uma escola bahá’í de pintura ou escrita. Os crentes são livres para pintar, escrever e compor da maneira que seus talentos os guiarem. Se a música é escrita incorporando os Escritos Sagrados, os amigos são livres para fazer uso dela, porém jamais deve ser considerado uma exigência ter-se tal música nas reuniões bahá’ís. Quanto mais distantes os amigos mantiverem-se de quaisquer formas determinadas melhor, pois devem atentar para o fato de que a Causa é absolutamente universal, e o que pode parecer um bonito acréscimo ao seu modo de celebrar a Festa, etc., soaria, talvez, em ouvidos de pessoas de outro país, como sons desagradáveis – e vice-versa. Desde que tenham a música para seu próprio benefício, está tudo bem, porém não devem considerá-la música bahá’í. [38]

(20 de julho de 1946, à uma Assembléia Espiritual Nacional)

...ele deseja chamar a atenção de sua Assembléia para um assunto muito importante, e esse é o Máximo Nome. Ao olho ocidental, não treinado na arte da caligrafia – a arte mais altamente desenvolvida no Leste – praticamente todo Máximo Nome, caso se incorpore os pontos proeminentes, é o Máximo Nome. Contudo, para um oriental pode parecer uma monstruosidade... A proporção exata é o que deve ser mantido. O Máximo Nome não deve ser alongado para os lados ou para cima visando preencher um espaço oval ou um círculo. [39]

(22 de dezembro de 1948, a uma Assembléia Espiritual Nacional)

Um canadense de origem francesa, através de sua visão e habilidade, é quem foi o instrumento na concepção do projeto e delineamento das características do primeiro Mashriqu’l-Adhkár do Ocidente, assinalando a primeira tentativa, ainda que rudimentar, de expressar a beleza na qual a arte bahá’í desdobrar-se-á, em sua plenitude, aos olhos do mundo. [40]

(1o de março de 1951)

Música é uma das artes e os Profetas de Deus não ensinam as artes; porém, o tremendo ímpeto cultural que a religião oferece à sociedade gradualmente produz novas e maravilhosas formas de arte. Vemos isto nos diferentes estilos de arquitetura e pintura associados a civilizações cristã, muçulmana, budista e outras. A música também tem se desenvolvido como uma expressão do povo.

Acreditamos que, no futuro, quando o espírito bahá’í tiver permeado o mundo e transformado profundamente a sociedade, a música será afetada por ele; porém, não existe algo como música bahá’í. Tudo que se diz nos ensinamentos sobre música é que ela pode influenciar muito profundamente o coração e a alma do homem, e possui um efeito de extrema elevação espiritual. [41]

(3 de fevereiro de 1952, a um indivíduo)

Quanto aos assuntos que levantaste em tua carta: Nada há nos ensinamentos contra a dança, porém os amigos devem se lembrar que o padrão de Bahá’u’lláh é modéstia e castidade. A atmosfera nos modernos clubes de dança, onde tanto fumo e bebida e promiscuidade acontecem, é muito ruim; contudo, danças decentes não são prejudiciais em si mesmas. Certamente, nada há de prejudicial na dança clássica, ou em aprender a dançar nas escolas. Também não há mal algum em participar de dramatizações. Da mesma forma atuar em filmes. O que é prejudicial, nos dias de hoje, não é a arte em si mesma, mas a lamentável corrupção que freqüentemente envolve tais artes. Como bahá’ís, não precisamos evitar nenhuma das artes, porém atos e a atmosfera que algumas vezes andam junto a estas profissões, devemos evitar. [42]

(30 de junho de 1952, a uma Assembléia Espiritual Nacional)

De Cartas Escritas pela e em Nome da Casa Universal de Justiça

Publicidade, por si mesma, deve ser bem concebida, digna e reverente. Uma abordagem extravagante que pode ter sucesso em chamar muita atenção inicial para a Causa, pode, no final das contas, provar ter produzido uma rejeição, a qual requereria um grande esforço para ser superada. O padrão de dignidade e reverência definido pelo amado Guardião deve sempre ser mantido, particularmente em itens que se referem à música e à interpretação, e fotos do Mestre não devem ser usadas indiscriminadamente. Isto não quer dizer que atividades de jovens, por exemplo, devem ser desmerecidas; pode-se ser exuberante sem ser irreverente ou solapar a dignidade da Causa. [43]

(2 de julho de 1967)

...nós sentimos que te será proveitoso saber que canções cujas palavras são dos Escritos originais do Báb, Bahá’u’lláh ou ‘Abdu’l-Bahá são todas muito apropriadas para a parte devocional da Festa. Em verdade, as entoações persas são tais canções, não uma diferente tradição; são uma maneira de musicar a Palavra Sagrada, e toda pessoa que as entoa o faz de tal maneira que espelha seu sentimento e a expressão das Palavras que está pronunciando. Quanto às canções cujas palavras são poéticas e compostas por pessoas outras que não as Figuras da Fé, estas são desejáveis, porém em seu apropriado lugar...

Visto que o espírito de nossas reuniões é deveras afetado pela sonoridade e qualidade de nossa adoração, de nosso sentimento e apreciação da Palavra de Deus para este dia, esperamos que encoraje em suas comunidades, a manifestação da mais bela expressão possível dos espíritos humanos, através da música dentre outras maneiras de sentir. [44]

(22 de fevereiro de 1971)

Tua compreensão de que retratar o Báb e Bahá’u’lláh em trabalhos de arte é proibido está correta. O Guardião deixou claro que esta proibição refere-se a todos os Manifestantes de Deus; fotos ou reproduções de retratos do Mestre podem ser usadas em livros, porém nenhum intento deve ser feito de retratá-Lo em dramatizações ou outros trabalhos onde Ele seria uma das “dramatis personae”. Entretanto, não pode haver objeção à representação simbólica das Figuras Sagradas, contanto que isto não se torne um ritual e que o símbolo usado não seja irreverente. [45]

(3 de dezembro de 1972)

Ainda que seja realmente verdade que artistas como Mark Tobey e outros, indubitavelmente, tenham sido inspirados e influenciados por seu amor à Revelação de Bahá’u’llah, é ainda cedo demais, na Dispensação Bahá’í, para se falar sobre a influência da Fé nas artes em geral. Em verdade, o próprio amado Guardião salientou que ainda não há algo que seja arte bahá’í, apesar das declarações nas escrituras não deixarem dúvida de que se pode antever, do futuro, uma maravilhosa eflorescência de novas e belas artes. [46]

(17 de janeiro de 1973)

O amado Guardião deixou claro que o florescimento das artes, o qual é resultado de uma revelação divina, surge apenas após alguns séculos. A Fé Bahá’í oferece ao mundo a total reconstrução da sociedade humana – uma reconstrução que tem sido aguardada por todas as revelações do passado, cujo efeito será de tão longo alcance e tem sido chamada de o estabelecimento do Reino de Deus na terra. A nova arquitetura, à qual nascerá desta revelação, florescerá várias gerações à frente. Agora estamos, meramente, no início deste notável processo.

O momento presente é um período de turbulência e mudança. A arquitetura, como todas as artes e ciências, está passando por um desenvolvimento muito rápido; deve-se apenas considerar as mudanças que ocorreram no decorrer das últimas décadas para se ter uma idéia do que provavelmente está para acontecer nos anos imediatamente à frente. Alguns prédios modernos possuem, sem dúvida, qualidades de grandeza e resistirão, porém muito do que está sendo construído agora pode ser super dimensionado e pode parecer feio para algumas gerações por vir. Em outras palavras, a arquitetura moderna pode ser considerada um novo desenvolvimento em seu estágio primitivo. [47]

(18 de julho de 1974)

A Casa de Justiça sente que neste momento do desenvolvimento da Fé, sua responsabilidade primordial é preparar e dar prosseguimento aos planos de ensino destinados a alcançar os objetivos estabelecidos nas Epístolas do Plano Divino de ‘Abdu’l-Bahá, e que teorias nas artes e ciências devem ser desenvolvidas sob os auspícios daqueles que são bem versados e especialistas nessas áreas. [48]

(25 de janeiro de 1977)

A proibição de representar o Manifestante de Deus em pinturas e desenhos, ou em apresentações dramáticas aplica-se a todos os Manifestantes de Deus. Há, claro, grandes e maravilhosos trabalhos de arte de Dispensações do passado, muitos dos quais retratam as Manifestações de Deus em um espírito de reverência e amor. Nesta Dispensação, contudo, a maior maturidade da humanidade e a maior consciência do relacionamento entre a Suprema Manifestação e Seus servos capacitam-nos a perceber a impossibilidade de representar a Pessoa do Manifestante de Deus em qualquer forma humana, seja pictoricamente, em escultura ou em representação dramática. Ao declarar a proibição bahá’í, o amado Guardião salientou esta impossibilidade. [49]

(9 de março de 1977)

As mesmas forças destrutivas também estão desordenando o equilíbrio político, econômico, científico, literário e moral do mundo e estão destruindo os mais belos frutos da presente civilização... Mesmo a música, a arte e a literatura, as quais são para representar e inspirar os mais nobres sentimentos e as mais altas aspirações e devem ser uma fonte de conforto e tranqüilidade para as almas atormentadas, têm-se desviado do caminho reto e são agora os espelhos dos corações corrompidos desta confusa, inescrupulosa e desordenada era. [50]

(10 de fevereiro de 1980)

De um modo geral, trabalhos de ficção que os escritores esperam que ajudarão a promover o conhecimento da Causa de Deus, melhor cumprirão este propósito se estiverem situados contra um pano de fundo de eventos específicos ou de processos em desenvolvimento na Causa de Deus, e não utilizados para retratar eventos históricos reais em si mesmos e as personagens que tomam parte neles. A realidade dos verdadeiros eventos e das verdadeiras personagens é tão mais convincente do que qualquer narrativa ficcional. Com relação a isto, a secretária do Guardião escreveu em nome dele:

Ele não recomendaria a ficção como um meio para o ensino; a condição do mundo é por demais crítica para permitir demora em lhe ser dado os ensinamentos diretos associados ao nome de Bahá’u’lláh. Porém, qualquer abordagem apropriada da Fé que interesse a este ou aquele grupo é certamente digna de esforço, já que desejamos levar a Causa a todos os homens, em todas as áreas da vida, de todas as mentalidades. [51]

(23 de setembro de 1980)

Tua carta... referente às artes foi recebida e a Casa Universal de Justiça nos instruiu a te recomendar que, em teu plano de usar teus talentos artísticos, expresses o espírito dos ensinamentos de Bahá’u’lláh. Ela calorosamente te encoraja nesta busca... Em resposta ao teu pedido de orientação sobre as melhores maneiras para abordar artistas ao ensinar a Fé, pode-se dizer que, em adição àqueles métodos que geralmente atraem as pessoas, os artistas reagirão à arte. Quando os sublimes ensinamentos da Fé são refletidos em trabalhos artísticos, os corações das pessoas, incluindo os artistas, serão tocados. Uma citação dos Escritos Sagrados ou a descrição de uma peça de arte que esteja relacionada com as Escrituras pode oferecer ao espectador uma compreensão da fonte desta atração espiritual e conduzi-lo a um subseqüente estudo da Fé. [52]

(21 de julho de 1982)

Com a evolução da sociedade bahá’í, que é composta por pessoas de diversas origens culturais e de gostos diferentes, cada qual com sua concepção do que é esteticamente aceitável e agradável, aqueles bahá’ís que possuem dom para música, interpretação e artes visuais estão livres para exercer seus talentos nas diversas formas com que servirão à Fé de Deus. Eles não devem se sentir perturbados com a falta de apreciação por parte dos crentes. Pelo contrário, ao conhecerem os irrefutáveis Escritos da Fé sobre música e expressão artística... eles devem continuar com seus empreendimentos artísticos em devotado reconhecimento de que as artes são um poderoso instrumento no serviço à Causa, artes as quais, no tempo devido, terão sua realização bahá’í. [53]

(9 de agosto de 1983)

Tua carta ...solicitando orientações sobre a questão da representação visual das personagens relacionadas a Idade Heróica da Fé foi recebida. A Casa Universal de Justiça deseja que saibas que nada há nas instruções do Guardião, nem da Casa de Justiça, ...que proíba artistas... de fazerem desenhos das Letras da Vida em ambientes, ou participando em eventos, que sejam historicamente precisos. Obviamente, em acréscimo à precisão, é importante preservar a dignidade das personagens que estão sendo representadas. [54]

(5 de outubro de 1983)

A arquitetura, em comum com os demais aspectos de nossa civilização, está atravessando, nesta época, um período de rápido desenvolvimento, com gostos mudando de década em década. Ninguém pode ter certeza de que um prédio que é construído agora em um estilo em voga, parecerá ainda bonito aos olhos das pessoas daqui a 50 anos. Assim, para o Centro Administrativo Mundial da Fé, o Guardião escolheu o clássico estilo grego de arquitetura. Este é um estilo maduro, muito bonito, que tem persistido por cerca de 2000 anos. Não seria correto, entretanto, deduzir disto que o clássico estilo grego é particularmente a arquitetura bahá’í. [55]

(3 de setembro de 1984)

Uma vez rejeitando as baixas visões de mediocridade, deixai-os escalar as alturas ascendentes da excelência em tudo que aspirarem fazer. Possam eles decidir por elevar a própria atmosfera na qual se movem, seja em repúblicas universitárias ou em debates de alto nível, em seu trabalho, seu lazer, suas atividades bahá’ís ou serviço social.

Em verdade, deixai-os, confiantes, dar as boas-vindas aos desafios que os aguardam. Imbuídos desta excelência e uma correspondente humildade, com tenacidade e amorosa servitude, a juventude de hoje deve caminhar em direção às primeiras fileiras das profissões, negócios, artes e ofícios que sejam necessários ao futuro progresso da humanidade – para, deste modo, assegurar que o espírito da Causa lançará sua luz sobre todas estas importantes áreas do empreendimento humano. Mais ainda, enquanto visando o aprimoramento dos conceitos unificadores e das tecnologias que avançam velozmente nesta era de comunicação, eles podem, em verdade devem, também garantir a transmissão ao futuro daquelas habilidades que preservarão as maravilhosas, indispensáveis conquistas do passado. A transformação que está para ocorrer no funcionamento da sociedade certamente dependerá em larga escala da eficiência dos preparativos que a juventude fizer para o mundo que herdarão. [56]

(8 de maio de 1985)

A Casa de Justiça deseja te encorajar a escrever teu livro, porém lembra que o Guardião claramente declarou que, neste estágio inicial da Dispensação, não existe algo como arte, música, arquitetura ou cultura bahá’í. Estas, sem dúvida, emergirão no futuro como um amadurecimento natural de uma civilização bahá’í. As próprias preferências do Guardião em tais assuntos jamais devem ser consideradas como assentadoras das fundações para tais desenvolvimentos. Como ficou claramente demonstrado por sua rejeição ao desenho a ele submetido para o Templo em Kampala ...ele não sentiu que a tendência moderna geral de arquitetura na sua época fosse adequada para uma Casa Bahá’í de Adoração, porém isto não implica, em sentido algum, que ele instituíra um padrão próprio. Sua escolha do estilo clássico para as estruturas no Monte Carmelo foi, segundo Amatú’l Bahá Ruhíyyíh Khánúm, baseada na beleza e na adequação ao local, e porque havia resistido ao teste do tempo. Tu deves, portanto, cuidar para não indicar ou mesmo possibilitar deduções que o Guardião estabelecera os estágios iniciais das formas de arte bahá’í. Ele construiu lindos jardins e edifícios utilizando o que estava disponível e, como no caso da super-estrutura do Santuário do Báb, envolveu especialistas que podiam produzir projetos adequados sob sua orientação. [57]

(23 de junho de 1985)

Com referência à música e às belas artes, estais evidentemente livres para incluí-las como matérias curriculares das escolas bahá’ís. Muitas das Assembléias Espirituais Nacionais, assim como a vossa, entusiasticamente informadas sobre os Escritos Bahá’ís referentes à música e às artes, incorporaram estas instruções e materiais, ao considerarem praticáveis neste estágio de desenvolvimento da comunidade bahá’í. É preciso ser feito muito trabalho por professores dedicados e talentosos visando estimular, coletar e publicar a benéfica música que agora emerge no mundo bahá’í e utilizá-la sistematicamente nas escolas...

De acordo com nossos Ensinamentos, a música e as artes devem ser encorajadas, e estas acrescem, imensuravelmente, à vitalidade e ao espírito da comunidade. Os pensamentos e esforços de vossa Assembléia são valiosos, e sois lembrados nas orações da Casa de Justiça. [58]

(20 de agosto de 1985)

Quanto ao uso de simbolismo na arte, os seguintes extratos de cartas escritas pela Casa de Justiça a dois indivíduos podem fornecer a resposta que procuras:

“Nós não vemos objeção alguma ao uso de fenômenos naturais como símbolos para ilustrar o significado das três Figuras Centrais, Leis Bahá’ís e Adminstração Bahá’í; e também apreciamos a adequada habilidade na utilização de símbolos visuais para expressar conceitos abstratos.”(29 de julho de 1971)

“Sua compreensão de que retratar o Báb e Bahá’u’lláh em trabalhos de arte é proibido está correta. O Guardião deixou claro que esta proibição refere-se a todos os Manifestantes de Deus; fotos ou reproduções de retratos do Mestre podem ser usadas em livros, porém nenhuma tentativa deve ser feita de retratá-Lo em dramatizações ou outros trabalhos onde Ele seria uma das “dramatis personae”. Entretando, não pode haver objeção à representação simbólica destas Figuras Sagradas, contanto que isto não se torne um ritual e que o símbolo usado não seja irreverente.”(3 de dezembro de 1972)

Algumas vezes, tu forneces descrições escritas detalhadas dos símbolos que usas em tuas pinturas; como uma prática, isto poderia introduzir um aspecto que poderia ser indevidamente interpretativo dos conceitos bahá’ís, depreciando, no final das contas, em vez de valorizar seus esforços artísticos. O simbolismo é a essência da arte, porém os artistas raramente interpretam os símbolos por eles usados, deixando que os observadores de seus trabalhos tirem as suas próprias conclusões, algumas vezes, nada mais do que alusões dos títulos dados a estes trabalhos.

É prerrogativa do artista intitular a peça de arte; a única objeção seria ao uso de um título irreverente para uma peça que pretende representar um tema bahá’í.

Com relação à tua pergunta sobre um artista executar uma ‘pintura que é uma iluminação contemporânea de uma passagem das Escrituras Sagradas’, a Casa de Justiça sente que os artistas não devem ser inibidos pelas instituições de criarem uma variedade de versões de caligrafias das Escrituras Sagradas ou do Máximo Nome. Contudo, tais esforços devem ser de bom gosto, não assumindo formas que os torne ridículos. Quanto ao símbolo comumente usado do Máximo Nome, a Casa de Justiça aconselha que todo cuidado deve ser observado para com a precisa representação da caligrafia persa, uma vez que qualquer distorção de uma representação aceita pode causar tristeza aos crentes iranianos. [59]

(23 de fevereiro de 1987)

A diretriz formulada pela Casa de Justiça para desencorajar a reprodução de fotografias de pinturas do Mestre para distribuição não implica em qualquer julgamento da qualidade de uma pintura. Há uma ampla variação na qualidade do talento artístico com que as pinturas do Mestre são realizadas. A Casa de Justiça não deseja demonstrar predileção por uma pintura sobre outra; antes, prefere adotar esta diretriz geral como um meio de assegurar que respeito apropriado está em harmonia com as representações de ‘Abdu’l-Bahá e que não haja distribuição de reproduções fotográficas daquelas pinturas que sejam de qualidade pobre.

Uma importante distinção é feita entre a publicação de fotografias de pinturas em livros e revistas, que não é proibida, uma vez que é submetida a algum nível de julgamento por parte do editor, e a publicação como itens individuais, que é desencorajada pela Casa de Justiça.

De um modo geral, a Casa de Justiça sente que um dos grandes desafios que os bahá’ís de todos os lugares enfrentam é o de restituir às pessoas do mundo uma consciência da realidade espiritual. Nossa visão do mundo é marcadamente diferente daquela da massa da humanidade; nela percebemos que a criação encerra tanto entidades espirituais como fisicas, e consideramos o propósito do mundo em que nos encontramos como um veículo para nosso progresso espiritual.

Esta visão tem implicações importantes sobre o comportamento dos bahá’ís e dá origem a práticas que são completamente contrárias à conduta predominante da sociedade em geral. Uma das virtudes distintivas enfatizadas nas Escrituras Bahá’ís é o respeito pelo que é sagrado. Tal comportamento nada significa para aqueles cuja perspectiva do mundo é totalmente materialista, ao mesmo tempo em que muitos seguidores das religiões estabelecidas o rebaixaram a um conjunto de rituais destituídos de verdadeiro sentimento espiritual.

Em alguns casos, as Escrituras Bahá’ís contêm orientações precisas sobre como a reverência aos objetos ou lugares sagrados devem ser expressadas; por exemplo, restrições ao uso do Máximo Nome em objetos, ou ao uso indiscriminado da gravação da voz do Mestre. Em outros casos, os crentes são solicitados a esforçarem-se por obter um entendimento mais profundo do conceito de santidade nos ensinamentos bahá’ís, dos quais eles podem determinar suas próprias formas de conduta pela qual reverência e respeito devem ser expressados.

A importância de tal comportamento deriva do princípio expressado nas Escrituras Bahá’ís de que o exterior tem influência sobre o interior. Referindo-Se ao “povo de Deus”, Bahá’u’lláh declara:

“Sua conduta exterior nada é senão um reflexo de sua vida interior, e sua vida interior, um espelho de sua conduta exterior.”

É neste contexto que a Casa Universal de Justiça deseja que vejas as considerações que têm sido expressadas durante os últimos anos. Os bahá’ís imbuídos de talento artístico encontram-se em uma posição única para usar suas habilidades, quando tratam de temas bahá’ís, de tal forma a desvendar para a humanidade a evidência da renovação espiritual que a Fé Bahá’í trouxe para o gênero humano através de sua revitalização do conceito de reverência.

Questões sobre liberdade artística não são pertinentes aos assuntos aqui levantados. Os artistas bahá’ís são livres para aplicar seus talentos em quaisquer temas que sejam de interesse deles. É esperado, contudo, que eles exerçam um papel de liderança na restituição, a uma sociedade materialista, do reconhecimento da reverência como um elemento vital para se alcançar a verdadeira liberdade e a permanente felicidade. [60]

(24 de setembro de 1987)

A Casa de Justiça está contente em saber do sucesso que vens obtendo em tua profissão. Ela aconselha que vejas esta atividade profissional dentro do contexto de serviço à Fé e da promoção do trabalho de proclamação e ensino. Tuas realizações musicais irão capacitá-lo a alcançar uma ampla gama de pessoas e, por fim, a proclamar a Mensagem de Bahá’u’lláh a elas através da expressão de seus valores em sua música. Podes também, à medida que teu trabalho continue a desenvolver-se, fazer valiosas amizades para a Fé entre as pessoas influentes que conhecerás. Estas considerações bem podem guiá-lo em sua atual decisão, antes que consideres a região onde deverás residir. Artistas bahá’ís que alcançam eminência e renome em sua área escolhida e que permanecem dedicados à promoção da Fé, podem ser de especial ajuda à Causa no momento presente, quando a curiosidade pública sobre os ensinamentos bahá’ís está gradualmente sendo despertada. [61]

(30 de junho de 1988)

É permissível usar seleções das Escrituras Sagradas como letras de canções a serem acompanhadas por composições musicais, e para repetir versos ou palavras. As seguintes citações fornecem maior esclarecimento com relação a estas questões:

“Portanto... dai música aos versos e às palavras divinas para que possam ser cantados em melodias que toquem a alma nas Assembléias e reuniões, e para que os corações dos ouvintes possam tornar-se agitados e ascendam em direção ao Reino de Abhá em súplica e oração.” (‘Abdu’l-Bahá, “Bahá’í World Faith”, p. 378.)7

*Uma recente tradução autorizada desta passagem é encontrada em “Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá”, (ver item [14] desta compilação).

“Sem dúvida, orações e partes das Epístolas, Palavras Ocultas, etc., serão adequadas, porém ele não sente que seria aconselhável abreviar qualquer parte, em outras palavras, deixar de lado partes de um parágrafo ou de uma meditação, e deste modo reduzi-la.”(De uma carta datada de 3 de julho de 1949, escrita em nome de Shoghi Effendi a um bahá’í)

“Em resposta a uma pergunta de um crente, relativa a pequenas alterações de palavras no interesse da correta entonação, ou ao acréscimo de uma palavra a fim de obter a métrica perfeita, o amado Guardião declarou o seguinte: ‘Leves alterações no texto das orações são permissíveis, e eu te aconselharia a dar uma forma musical à própria palavra revelada, a qual eu sinto será extremamente efetiva. Estarei orando para que o Bem-Amado possa inspirá-lo a realizar este grande serviço à Sua Causa.’”(Em manuscrito de Shoghi Effendi, anexo a uma carta datada de 8 de abril de 1931 escrita em seu nome a um bahá’í)

Quanto à questão de colocar versos dos Escritos Bahá’ís em melodias de peças musicais existentes, presumindo que não há direitos autorais ou restrições legais envolvidos, deve-se ter em mente que tal música pode trazer consigo associações à peça original, seja na letra ou no sentimento, e pode não corresponder às exigências de tratar-se os Textos Sagrados com dignidade e reverência. [62]

(6 de dezembro de 1989)

Não há objeções à interpretação de uma oração na forma de movimento ou dança se o espírito é de apropriada reverência, porém preferivelmente não deve ser acompanhada pela leitura das palavras. [63]

(4 de janeiro de 1990)

A Casa de Justiça está contente em saber sobre tuas atividades de ensino e de tua contínua devoção à Causa de Deus, apesar das dificuldades que vens experimentando como músico. Referente às tuas perguntas: os Ensinamentos Bahá’ís, obviamente, não admitem maus tratos aos músicos ou outros artistas, nem é esperado que artistas sacrifiquem seu livre arbítrio aos caprichos, ou mesmo às opiniões fortemente defendidas por outros bahá’ís. Quanto às tensões e dificuldades que surgiram entre o teu ensino da Fé através da música e tua necessidade paralela de ser auto-sustentado, é sugerido que tu mesmo deverás determinar teus próprios limites a respeito disto. Encontramos, por exemplo, a seguinte orientação em carta datada de 26 de fevereiro de 1933, escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente:

“O conselho que Shoghi Effendi te deu referente à divisão de teu tempo entre servir à Causa e atender teus outros deveres foi também dado a diversos outros amigos por Bahá’u’lláh e pelo Mestre. É uma conciliação entre os dois versos do “Aqdas”, um incumbindo a cada bahá’í servir à promoção da Fé, e o outro, que cada alma deve estar engajada em alguma forma de ocupação que beneficiará a sociedade. Em uma de Suas Epístolas, Bahá’u’lláh diz que a mais elevada forma de desprendimento neste dia é estar ocupado com alguma profissão e ser auto-sustentado. Um bom bahá’í, portanto, é aquele que assim organiza sua vida a fim de devotar tempo a ambos, suas necessidades materiais e também ao serviço da Causa.” [64]

(15 de fevereiro de 1990)

Vosso sincero desejo de utilizar o teatro como um meio de divulgar os princípios da Fé entre as pessoas é louvável e a Casa de Justiça espera que vossos devotados esforços neste campo possam vos trazer satisfação e, benefícios à comunidade; contudo, como vós mesmos declarastes, estais conscientes das dificuldades e das potenciais armadilhas dos empreendimentos teatrais bahá’ís neste momento e na atmosfera de intolerância prevalecente em vosso país, que torna essencial não se produzir peças que possam despertar antipatia pública ou a indignação de fundamentalistas religiosos. [65]

(9 de abril de 1990)

...danças tradicionais associadas à expressão de uma cultura são permissíveis nas Sedes Bahá’ís. Contudo, deve-se ter em mente que tais danças tradicionais geralmente possuem um tema subjetivo, básico ou uma história a ser representada. Cautela deve ser exercida para assegurar que os temas de tais danças estejam em harmonia com os altos padrões éticos da Causa e não sejam representações que incitariam instintos vis e paixões indignas...

Quanto às danças coreografadas cujo propósito é reforçar e proclamar os princípios bahá’ís, se podem ser executadas de um modo tal que representem a nobreza de tais princípios e invoquem atitudes apropriadas de respeito e reverência, não há objeção a tais danças, as quais buscam interpretar passagens das Escrituras; contudo, é preferível que os movimentos da dança não sejam acompanhados da leitura das palavras.

O princípio que deve guiar os amigos em suas considerações sobre estas questões é a observância da “moderação em tudo que seja pertinente a vestimenta, linguajar, divertimentos e a todas ocupações vocacionais literárias e artísticas”. [66]

(20 de junho de 1991)

Não há objeção, evidentemente, ao uso do termo “artista bahá’í”, porém neste momento da Dispensação Bahá’í não devemos usar o termo “arte bahá’í”, “música bahá’í” ou “arquitetura bahá’í”. [67]

(12 de março de 1992)

O romance é um meio que oferece a um autor uma considerável latitude para elaborar idéias e áreas de pensamento até então inexploradas. Tu deves ser cuidadoso, entretanto, para não... dar interpretações que possam não ser corretas, no caso da Fé e seus Ensinamentos estarem explícitos no romance. Se, por outro lado, não há uma conexão clara com a Fé no romance, tu estarias livre para usar tua imaginação ao explorar idéias que tenham como fonte os princípios da Fé. [68]

(15 de fevereiro de 1994)

Em todos os seus esforços para alcançar os objetivos do Plano de Quatro Anos, aos amigos também é pedido para dar maior atenção ao uso das artes não apenas na proclamação, mas também para o trabalho em expansão e consolidação. As artes gráficas e cênicas e a literatura têm desempenhado, e podem desempenhar, um papel de destaque na ampliação da influência da Causa. No que diz respeito à arte folclórica, esta possibilidade pode ser perseguida em cada lugar do mundo, seja em vilas, cidades ou grandes centros. Shoghi Effendi acalenta grande esperança com relação às artes como um meio de atrair a atenção para os Ensinamentos. Uma carta escrita em seu nome a um indivíduo assim transmite a visão do Guardião: “O dia virá em que a Causa propagar-se-á tão rapidamente como o raio, quando seu espírito e ensinamentos serão apresentados nos palcos, ou nas artes e na literatura como um todo. A arte pode despertar melhor os sentimentos nobres do que o frio racionalismo, principalmente entre as massas.” [69]

(21 de abril de 1996)

Em muitas regiões, atenção insuficiente tem sido dada à educação das crianças. Programas muito mais extensos devem ser iniciados naqueles países em que existe a necessidade, para assegurar que as crianças bahá’ís sejam nutridas, encorajadas a adquirir mentes treinadas, iluminadas por um sólido conhecimento dos Ensinamentos Divinos, bem equipadas para participar no trabalho da Causa em todos os níveis e contribuir para as artes, ofícios e ciências necessárias ao avanço da civilização. Tais programas, quando abertos a todas as crianças, bahá’ís ou não, oferecem um poderoso meio para aumentar as influências benéficas da Mensagem de Bahá’u’lláh a toda sociedade. [70]

(21 de abril de 1996)

2 - O Kitáb-i-Aqdas, O Livro Sacratíssimo. Editora Bahá’í do Brasil, 1995, São Paulo-SP; pp. 31-32, K51.

3 - Idem; p. 49, K116.

4 - Seleção dos Escritos de Bahá’ú’lláh. Editora Bahá’í do Brasil, 2a Edição, 2001, Mogi Mirim-SP; p. 112, LXXIV.

5 - Idem; p. 126, LXXXII.

6 - Epístolas de Bahá’ú’lláh. Editora Bahá’í do Brasil, 2a Edição, 2001, Mogi Mirim-SP, p. 196.

14 - Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá. Editora Bahá’í do Brasil, 1993, pp. 100-101, R.74.

15 - Idem, p. 116, R.102.
16 - Idem, pp. 120-121, R.109.
17 - Idem, p. 163, R.154.

18 - Tablets of ‘Abdu’l-Bahá, vol. I, Bahá’í Publishing Committee, Nova Iorque, 1930, p.59.

19 - Tablets of ‘Abdu’l-Bahá, vol. III, p. 512.

20 - Respostas a Algumas Perguntas. Editora Bahá’í do Brasil, 5a Edição, 2001, p. 182.

21 - The Promulgation of Universal Peace. Bahá’í Publishing Trust, 1982, Wilmette, EUA, pp. 49-50.

22 - ‘Abdu’l-Bahá in London: Addresses and Notes of Conversations. Oakham, Bahá’í Publishing Trust, 1987, p. 93.

23 - Lady Bloomfield, The Chosen Highway; Wilmette: Bahá’í Publishing Trust, 1954, p. 167.

24 - Citadas em “A Brief Account of My Visit to Áccá”, publicado pela Bahá’í Publishing Trust Society, Chicago, Illinois, USA.

25 - O Advento da Justiça Divina. Editora Bahá’í do Brasil, Rio de Janeiro,1976, pp. 47-48.

33 - De próprio punho por Shoghi Effendi, anexada a uma carta escrita em seu nome a um indivíduo.

40 - De um post-scriptum de Shoghi Effendi anexado a uma carta em seu nome a uma Assembléia Espiritual Nacional.

43 - Pela Casa Universal de Justiça a todas as Assembléias Espirituais Nacionais.

44 - Pela Casa Universal de Justiça a uma Assembléia Espiritual Nacional.

45 - Pela Casa Universal de Justiça a um indivíduo.

46 - Pela Casa Universal de Justiça a uma Assembléia Espiritual Nacional.

47 - Pela Casa Universal de Justiça a um indivíduo.

48 - Em nome da Casa Universal de Justiça a um indivíduo.

49 - Idem.

50 - Pela Casa Universal de Justiça aos bahá’ís iranianos ao redor do mundo; publicado em Messages from the Universal House of Justice 1963-1986. Wilmette: Bahá’í Publishing Trust, 1996, p. 435.

51 - Em nome da Casa Universal de Justiça a um indivíduo.

52 - Idem.
53 - Idem.

54 - Em nome da Casa Universal de Justiça a uma Assembléia Espiritual Nacional.

55 - Eem nome da Casa Universal de Justiça a um indivíduo.

56 - Pela Casa Universal de Justiça à Juventude Bahá’í do Mundo.

57 - Em nome da Casa Universal de Justiça a um indivíduo.

58 - Em nome da Casa Universal de Justiça a uma Assembléia Espiritual Nacional.

59 - Em nome da Casa Universal de Justiça a um indivíduo.

60 - Idem.

61 - Em nome da Casa Universal de Justiça a dois indivíduos.

62 - Em nome da Casa Universal de Justiça a um indivíduo.

63 - Idem.
64 - Idem.

65 - Em nome da Casa Universal de Justiça a uma Assembléia Espiritual Nacional.

66 - Idem.

67 - Em nome da Casa Universal de Justiça a dois indivíduos.

68 - Em nome da Casa Universal de Justiça a um indivíduo.

69 - Pela Casa Universal de Justiça aos bahá’ís do mundo.

70 - Pela Casa Universal de Justiça aos seguidores de Bahá’u’lláh na Australásia.

1 Inigualável músico persa, cantor, instrumentista e inventor de muitos instrumentos musicais antigos, que viveu na corte de Khosrow-Parviz da Dinastia Sasani, ao redor de 600 A.D.

2 Pai da poesia persa, aproximadamente 940 A.D.

3 Famoso erudito muçulmano, autor de um tratado sobre música, 870-950 A.D.

4 Médico, cientista e filósofo, conhecido no ocidente como Avicenna, que dedicou, num de seus trabalhos mais importantes, uma seção à teoria de música, 980-1027 A.D.

5 Shahnáz, nome dado a quem recebeu esta Epístola, é também o nome de uma forma musical.

6 A Casa Universal de Justiça, em carta datada de 15 de março de 1972, em seu nome, elucidou esta frase do Guardião da seguinte maneira: “Referente à sua pergunta sobre ‘a prostituição das artes e literatura’, isto é o que entendemos – usar a arte e a literatura para fins degradantes.”

7 Uma recente tradução autorizada desta passagem é encontrada em “Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá” (ver item [14] desta compilação).


Table of Contents: Albanian :Arabic :Belarusian :Bulgarian :Chinese_Simplified :Chinese_Traditional :Danish :Dutch :English :French :German :Hungarian :Íslenska :Italian :Japanese :Korean :Latvian :Norwegian :Persian :Polish :Portuguese :Romanian :Russian :Spanish :Swedish :Turkish :Ukrainian :